sábado, 17 de novembro de 2012

Corpo de rapaz desaparecido durante teste para salva-vidas no RS é encontrado



salva-vidas no RS é encontrado


  • Reprodução/Arquivo pessoa
    Severo era considerado atleta e bom nadador
    Severo era considerado atleta e bom nadador
Bombeiros gaúchos localizaram, por volta das 7h30min desta terça-feira (2), o corpo do soldado da Brigada Militar Guilherme Severo, 22, desaparecido desde a manhã de segunda (1º), em Cidreira (100 km de Porto Alegre), no litoral norte do Rio Grande do Sul. O militar havia desaparecido durante um teste físico no treinamento para salva-vidas.
Considerado atleta e bom nadador, Severo entrou na Lagoa da Cidreira, às margens da RS -040, no final da manhã de ontem para realizar um exercício que consistia em nadar cem metros, na primeira etapa da seleção. Seu corpo foi encontrado a cerca de 150 metros da margem, no fundo da lagoa.
O militar era motociclista e estava lotado na 2ª Companhia do 9º BPM (Batalhão de Polícia Militar) da Capital, desde sua formatura, em 2010. Severo era filho de um Bombeiro aposentado.


"Antes do teste, ele fez toda uma bateria de exames. Ele possuía uma saúde e um físico perfeitos. Por isso acreditamos que ele tenha sofrido um mal súbito, um colapso cardíaco ou um AVC [acidente vascular cerebral]", afirma o comandante geral do Corpo de Bombeiros do Estado, coronel Guido Pedroso de Melo.O corpo foi levado ao IML (Instituto Médico Legal) de Osório, no litoral norte, onde passaria por uma necropsia.

O militar garante que, durante as provas, há um aparato de socorristas, com médico, e que todas as normas de segurança e educação física são respeitadas. "Infelizmente, às vezes ocorrem acidentes", ressalta o coronel, ao lembrar de uma morte semelhante ocorrida em 2011, quando um soldado chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital vítima de infarto.
Outros 500 soldados participam da seleção para novos salva-vidas no Rio Grande do Sul este ano. Além dos testes em água doce, há provas em alto mar. Elas estão temporariamente suspensas e devem ser retomadas na próxima semana.


Outro casoInformação de quem participou do treinamento é de que grupos de 15 estavam na água. O desaparecimento do soldado foi notado muito tempo depois, já que os treinadores não contabilizaram quando estavam de volta.

Em novembro de 2011, o soldado Rafael Souza, 25, morreu durante treinamento do mesmo tipo. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória, foi socorrido, mas chegou sem vida ao hospital. Na ocasião, o treinamento não contava com acompanhamento médico nem com ambulâncias para casos de socorro urgente.
Na época, a ouvidoria da Secretaria de Segurança Pública do RS recebeu denúncias de outros militares que relataram excessos durante os treinamentos e falta de segurança nos testes.
Os relatos foram encaminhados à corregedoria da BPM, que respondeu ter dado início a uma sindicância. Ao mesmo tempo, foi gerado um processo administrativo, que concluiu que a morte foi um "acidente de trabalho". Por conta disso, todos as despesas com translado, velório e enterro tiveram que ser arcadas pela família do soldado.
"Temos algumas dificuldades para conseguir o relatório e a solução do procedimento. No caso específico [da morte de Souza], houve diversas manifestações de pessoas que não se identificaram e que reclamaram da condução dos treinamentos, de treino muito puxado, sem suporte de equipamento de proteção individual e recursos de salvamento, como uma ambulância. Nesse caso, recebemos denúncia de que quem fez o salvamento do rapaz foi um pescador em seu carro particular", afirma a ouvidora Patrícia Machado Couto.

Excessos

Conforme as denúncias de soldados presentes no treinamento, o nado de 300 metros foi feito após dez quilômetros de caminhada, sem a presença de soldados veteranos que poderiam auxiliar em alguma eventualidade.
Quase um ano depois da morte de Souza, a ouvidoria ainda não recebeu o laudo do IGP (Instituto Geral de Perícias) identificando a causa da morte do soldado, nem a resposta da Corregedoria sobre o resultado da sindicância instaurada.
Questionado sobre mudanças nos sistemas de segurança durante os testes, o coronel Guido destacou que, neste ano, um aparato foi montado com a presença de médicos, enfermeiros, jet skis, botes infláveis e uma ambulância no local.
Ainda segundo o comandante dos Bombeiros, o tipo de treinamento de salva-vidas não pode ser mudado, já que segue à risca as normas da Brigada Militar para o preparo de seus quadros.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/10/02/corpo-de-rapaz-desaparecido-durante-teste-para-salva-vidas-no-rs-e-encontrado.htm

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