Cidades do Litoral terão para a próxima temporada de verão, no mínimo, 83 policiais a menos
A política de austeridade imposta pelo governo Tarso Genro no trato das contas públicas levará a cortes na Operação Golfinho 2012. A Brigada Militar deve enviar para as praias gaúchas um reforço menor do que no ano passado, quando 2,4 mil policiais seguiram para a orla.
A política de austeridade imposta pelo governo Tarso Genro no trato das contas públicas levará a cortes na Operação Golfinho 2012. A Brigada Militar deve enviar para as praias gaúchas um reforço menor do que no ano passado, quando 2,4 mil policiais seguiram para a orla.
O planejamento da corporação prevê nesta
temporada um adicional de 2.365 PMs – 83 a menos do que o efetivo
deslocado em 2010 para os litorais Norte e Sul para atuar no
policiamento, como salva-vidas e bombeiros. A defasagem poderá ser ainda
maior, considerando o descompasso entre previsão e execução dessas
transferências temporárias. Em 2010, a ideia era enviar 2.695, mas
apenas 2.448 PMs trocaram a cidade pela praia durante a operação.
Apesar de o Comando-geral da
corporação negar que a diminuição do quadro nas praias entre dezembro e
março afete o policiamento nas ruas e a atividade de salva-vidas, o
menor número de PMs mudará as rotinas de trabalho
nos quarteis. O subcomandante-geral, coronel Altair Cunha, garantiu
ontem a Zero Hora que o corte de gastos com diárias reduzirá as equipes
administrativas.
– As estruturas de comando serão mais enxutas, mas nas ruas não faltará policiamento – prometeu o oficial.
Para o coronel, investimentos em tecnologia
ajudariam a dar conta da redução de PMs no Litoral. Atividades como o
registro de comunicações de ocorrências no sistema policial exigiriam
equipes menores. As análises de dados criminais em tempo real serão
feitas por PMs na Capital.
Receio é de que operação tenha áreas descobertas
A redução do efetivo, do tamanho de um batalhão inteiro, foi recebida com reserva por oficiais ligados à Operação Golfinho. Informado
aos comandantes da área em uma reunião na segunda-feira em um hotel de
Torres, no Litoral Norte, o corte foi considerado como prejudicial para
as atividades da corporação durante o veraneio. Os principais receios
são que, além da sobrecarrega dos PMs convocados, a operação possa ter
áreas descobertas entre as praias.
Ao tomar conhecimento ontem da redução do
efetivo policial, a prefeita de Capivari do Sul, Glacy Delis da
Conceição Osório, que está a frente da Associação dos Municípios do
Litoral Norte (Amlinorte), afirmou que o assunto será pauta de um
encontro a ser realizado hoje pela entidade.
– Há dois dias havíamos recebido do
governo do Estado uma promessa de que o efetivo seria o mesmo ou um
pouco maior. Como vão diminuir o efetivo se o número de pessoas nas
praias gaúchas é a cada ano maior? É preciso garantir a segurança do
veranista e do morador – ressalta ela.
FRANCISCO AMORIM
Governo atual foi contra redução no ano passado
Curiosamente, os cortes são confirmados um ano depois de uma reunião realizada pela equipe de transição do governo Tarso Genro em Porto Alegre que tratava da possibilidade de redução de gastos com a Operação Verão Legal 2010 por orientação do então governo Yeda Crusius. Na época, um documento assinado pela ex-secretária-geral de governo Ana Pellini provocou rebuliço na equipe do governador eleito. Conforme o ofício, o governo Yeda Crusius estaria desidratando a operação que transfere para o Litoral uma série de serviços básicos para atender a população. Procurada por Zero Hora na época, Ana Pellini definiu a situação como um mal-entendido.
Curiosamente, os cortes são confirmados um ano depois de uma reunião realizada pela equipe de transição do governo Tarso Genro em Porto Alegre que tratava da possibilidade de redução de gastos com a Operação Verão Legal 2010 por orientação do então governo Yeda Crusius. Na época, um documento assinado pela ex-secretária-geral de governo Ana Pellini provocou rebuliço na equipe do governador eleito. Conforme o ofício, o governo Yeda Crusius estaria desidratando a operação que transfere para o Litoral uma série de serviços básicos para atender a população. Procurada por Zero Hora na época, Ana Pellini definiu a situação como um mal-entendido.
Às vésperas da temporada de verão, a
redução do efetivo da BM na orla é uma preocupação do veranista que se
soma a outra: a indefinição sobre a participação dos delegados na
operação da Polícia Civil no Litoral. Apesar de os representantes do
governo e da Associação de Delegados (Asdep) continuarem a negociação
salarial, nos corredores das DPs um boicote é tido como iminente.
Em meio ao clima de cortes e barganhas
salariais, a Associação dos Cabos e Soldados também estuda uma ação
contra o Estado para reajuste das diárias fixadas em R$ 58 – R$ 6 a mais
do que em 2010. Reivindicação que pode ter apoio dos oficiais.
– Querem menos PMs trabalhando no Litoral
e pagando uma diária que é impossível de se manter. Dá para pagar um
lugar para ficar com esses valores no Litoral Norte em alta temporada?
Não dá – afirmou o presidente da entidade, Leonel Lucas.
A previsão
- O planejamento da corporação prevê nesta temporada um adicional de 2.365 PMs – 83 a menos do que o efetivo deslocado em 2010 para os litorais Norte e Sul.
- Em 2010, por exemplo, a ideia era enviar 2.695, mas apenas 2.448 PMs trocaram a cidade pela praia durante a operação.
Fonte:http://www.abamf.com.br/noticia/374-Opera%C3%A7%C3%A3o_Golfinho_ter%C3%A1_corte_de_PMs_para_2012.html
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