Salva-vidas lutam para que categoria seja regulamentada no país
Tramita no Congresso Nacional o projeto de lei número 2766/08, do
deputado federal Nelson Pelegrino, a respeito da regulamentação da profissão de
salva-vidas. A categoria está há anos em busca desse reconhecimento, condição
que permitirá aos trabalhadores e trabalhadoras do setor obter mais avanços e
combater as injustiças a que são acometidos em seu cotidiano.
“O salva-vidas literalmente doa sua vida no exercício da profissão. Em troca,
o que queremos e estamos aguardando por parte das autoridades, além da
regulamentação, são direitos como um piso salarial, mais respeito por parte dos
empregadores e a valorização da nossa categoria”, afirma Eduardo Fortunato dos
Santos, presidente do Sindicato dos Profissionais em Salvamento Aquático do
Brasil (Sinprosab).
Durante visita à CTB, o sindicalista deu inúmeros exemplos que distinguem um
profissional devidamente preparado para salvar vidas. Ele citou a necessidade de
especialização em áreas díspares como cardiologia, clínica geral, técnicas de
imobilização, realização de partos, além de dispor de um preparo físico
privilegiado. Para tanto, existem cursos específicos para essa formação no
mercado, mas muitas empresas – e até mesmo órgãos públicos – desprezam tais
conhecimentos.
“Já me deparei com profissionais contratados por prefeituras que sequer
sabiam nadar”, relata Fortunato. “É um grande desrespeito das autoridades
executar contratações de pessoas sem o mínimo conhecimento”, desabafa.
Terceirização
O problema da terceirização também afeta grande parte dos profissionais em
salvamento aquático. Empresas e prefeituras acabam optando por pagar menores
salários e menos benefícios a profissionais desqualificados, de acordo com o
sindicalista.
Fortunato citou também outro problema recorrente: o fato de muitos
profissionais só disporem de contratos de trabalho entre os meses de setembro e
maio, época de maior procura por balneários, clubes e outros locais em que se
faz necessária a presença de salva-vidas.
“Isso afeta diretamente a vida dos profissionais, que ficam ociosos em certas
partes do ano, enquanto as empresas continuam recebendo normalmente os recursos
necessários”, denunciou o sindicalista, que luta pela regulamentação também como
forma de acabar com grande parte das humilhações sofridas pelos salva-vidas. “É
muito comum sermos vistos como uma espécie de faz-tudo, quando na verdade temos
nossa especialização. Companheiros nossos com frequência são obrigados a fazer
outras atividades, sob o risco de demissão, pelo fato de não serem contratados
da forma como seria o mais correto”, relata.
Portal CTB
http://www.portalctb.org.br/site/brasil/18447-salva-vidas-lutam-para-que-categoria-seja-regulamentada-no-pais
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